tag:blogger.com,1999:blog-45661271734630023532024-03-13T22:45:54.419-07:00Abre aspasEscritos, pensamentos, devaneios, passatempos, decisões, consentimentos.Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-16571591194893129362017-01-16T16:27:00.002-08:002017-01-16T16:28:25.623-08:00Laudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-4jo9pUNAyno/WH1k2eOCZsI/AAAAAAAAKPU/vl-X8XjXhGEB8YUqVqTDoHxB8OMkAI8YQCLcB/s1600/starrynight.shtml.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://1.bp.blogspot.com/-4jo9pUNAyno/WH1k2eOCZsI/AAAAAAAAKPU/vl-X8XjXhGEB8YUqVqTDoHxB8OMkAI8YQCLcB/s320/starrynight.shtml.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Ausência de ilusões para colorir realidades.<br />
9 nov. 2016 </div>
Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-34242175744084431382017-01-16T16:24:00.001-08:002017-01-16T16:28:46.934-08:00Antídoto para a esperança<div class="post_body">
Como consertar o que nunca estivera quebrado?
Perguntava-se olhando para a noite que crescia janela afora. E por mais
que aquilo significasse romantizar algo tão banal, permitia-se, longe de
tudo e todos - quiçá dos olhares da própria lembrança -, entregar-se
àquela sensação que havia muito a consumia em silêncio. Romantizar,
poetizar, chamassem como quisessem, não podia mais era mascarar a dor
que trazia por dentro. Era banal, sim! Morre-se de amor todo dia. Por
que ela não haveria de morrer também?</div>
<div class="post_body">
Quis ser simples, repetindo
para si o quanto tudo era fácil, calando a voz da ansiedade que dominava
como ferrugem suas estruturas. Quis ser outra, uma que não morreria ou
que, caso morresse, seria apenas por algumas horas e às custas de uma
única lágrima silenciosa. Quis ser lago, enquanto trazia em si o mar em
ressaca. Brisa, porém, era toda tormenta.<br />
<br />
Verdade que já fora tempestade maior. Quando
encontrava-se presa nas lembranças, buscando o ponto exato em que
tomara a estrada errada, quando estava distante procurando entender aquela
assombração que se lhe apresentava com o nome de <i>passado</i>,
envergonhava-se do quanto já fora tola (ou mais do que agora, pelo
menos). Faltava-lhe força para sangrar de amor, e carne para oferecer
aos leões, tanto a oferecera de graça antes. Agora era como se tivesse
calma para esperar a nuvem passar, e como se quisesse, com sabedoria -
ou ao menos parcimônia -, escolher a corrente certa para seguir, e a
batalha cuja vitória parecia mais provável. Mas nas veias ainda lhe
corria o sangue em torrentes, e ansiava sentir jorrar-lhe a vida pelas
faces. Ainda queria, louca que era pela vida.<br />
<br />
O que fazer então?
Julgar-se por temer o que não ainda conhecia? Porque não há livros ou
filmes suficientes para indicar o caminho pelo terreno incerto que é o
amor.<br />
<br />
Parecia, afinal, não haver antídoto contra a esperança. </div>
Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-181750666996962512017-01-16T16:18:00.000-08:002017-01-16T16:18:53.641-08:00Vi, mas não queria<div class="post_body">
O motorista da van sai em disparada. É certo que está
atrasado, ou esqueceu a panela no fogo, ou precisa alimentar o filho
faminto. Apenas algo assim justificaria tanta imprudência.<br />
“O
motorista é desenrolado.”, afirma uma senhora ao telefone próxima a
mim. “É jovem. Não é que nem aqueles velho que demora dois ano pra
chegar nos canto. Já tô no meio do caminho.”, continua ela, enquanto
esforça-se para, sendo ela uma senhora de meia idade, segurar-se com uma
mão apenas na van quase desgovernada. E até admiro sua força olímpica:
eu mesma, em meus vinte e poucos anos, tenho dificuldade. Ela está mais
do que em forma.<br />
Não passamos da catraca, eu e minha
companheira de trajeto, porque não era possível segundo as leis da
física, dada a quantidade de pessoas que se amontoavam do lado de lá.
Seria provável que, uma vez do outro lado e fazendo parte da massa
humana, homogênea e gelatinosa, equilibrar-se fosse mais fácil, mas
preferimos manter o controle de nossos membros, o que só era possível do
lado de cá. Procuro um lugar entre os corpos que identifico apenas por diferenças de cores e estampas, porque em breve este limbo no qual estou ficará também
lotado, mas volto meu olhar ao chão sem sucesso. Eis que ouço um
grito: “Pois compra uma topique pra tu, macho, pra tu andar sozinho
nela.”. Os ânimos do final de tarde de uma segunda-feira não se
escondem. Mas a sugestão da passageira não foi respondida, pelo menos,
não de maneira audível para nós que estávamos do lado de cá. Torna-se
muito fácil cochichar qualquer coisa nos ouvidos frequentadores de
topiques lotadas.<br />
O motorista parece divertir-se: ziguezagueia
entre a faixa exclusiva para ônibus e a faixa regular, saudando os
motoristas particulares lá fora com buzinadas e piscadas de farol.
Quanta cordialidade. Começo a seriamente cogitar passar para o fundo
espremido e poupar-me de assistir a tal cena tão comovente. Mas nada
pode estar tão tedioso e cotidiano que não possa ganhar pitadas de frustração e ódio social: a freada brusca do coletivo chama atenção de todos, e vemos, eu,
a senhora ginasta e a parte da frente da massa homogênea, um
motociclista que, fosse alguns segundos a mais, teria vindo nos fazer
companhia do lado de dentro. Mas o motorista não perde tempo, e puxa o
volante para o lado, fazendo todo nós de contrapeso, para desviar do
obstáculo móvel. Em segundos, estamos seguindo viagem, novamente na
velocidade da luz.<br />
Entretanto, nem todos os obstáculos são
contornáveis e, ainda que a contragosto, o motorista precisa parar
frente ao sinal vermelho. Alívio para nossos braços. E quem vem ao nosso
encontro no cruzamento? O obstáculo móvel que deixamos para trás há
alguns minutos, saudando o motorista como se fossem velhos amigos: “Seu
filho da p*”. Quanta educação! É de emocionar.<br />
A minha vontade era
a de seguir o resto do caminho a pé, mas o tempo que eu levaria para
vencer a massa humana, homogênea e gelatinosa até a porta de saída seria o
intervalo até a minha parada. Desejei, concentrei-me para, então,
abstrair de toda aquela vivacidade e mergulhar em meus próprios
pensamentos, mas o quanto mais aquilo me fosse natural, mais correria o
risco de reproduzir todos aqueles ensinamentos tortos. Doía-me, mas era preciso manter o nojo por aquelas expressões tão humanas de má-educação e desrespeito. O jeito era
seguir, atônita, até o final da viagem. Para minha sorte (será?), o
engarrafamento depois da curva estava deliciosamente parado, e os
desejos do motorista de transformar o coletivo em uma motocicleta não
foram atendidos. Demoramos trinta minutos a mais ali dentro, mas
conseguimos manter ao menos a integridade física. Não posso dizer o
mesmo da psicológica.<br />
</div>
Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-9889840738913460802017-01-16T16:12:00.001-08:002017-01-16T16:12:04.118-08:00Cartas a uma jovem“Amarei para sempre?”, você me perguntaria, mas não gostaria da
resposta: "Você não é mais tão nova para acreditar que se ama para
sempre.]'<br />
<br />
“Mas não posso deixar de acreditar!”, você
responderia, e então seria eu a tirar uma lição: “Agarre-se a
isso. Não deixe que lhe digam o contrário.”. Então, percebendo meu
semblante de melancolia, você questionaria: “Você já sofreu?”, ao que
minha resposta mais uma vez não seria do seu agrado: “Talvez ainda não
tudo o que preciso.”; “Por que alguém precisaria sofrer?”, seu olhar
questionador não ignoraria essa. Porém, ainda que eu tivesse essa
resposta, não lha poderia dar. Nesse momento, eu me calaria.<br />
<br />
Incomodada
com o silêncio, pois lembro que aprendemos a valorizá-lo anos mais
tarde, você tornaria a falar de amor: “E a quem confia seu coração
agora?”. Dessa vez, você não compreenderia minha demora em responder,
nem entenderia quando eu explicasse que meu coração não está mais preso a
outro. “Meu coração
está confiado a mim mesma”, eu lhe diria, “e essa é a maior
responsabilidade que já assumi.”. É provável que tal afirmação fosse
deveras assustadora e inquietante para você, e precisaria digeri-la
lentamente. O silêncio se faria presente mais uma vez, para meu agrado,
enquanto mil outras perguntas lhe tirariam o sossego.<br />
<br />
“E de quem você
cuida?”, voltaria a me perguntar, incrédula de tudo o que lhe expusera
antecipadamente. E mais uma vez era provável que me julgasse louca me ouvindo dizer: “De mim mesma.”. Poderia ajudá-la a compreender,
discorrendo com precisão sobre por que as pessoas não dependem umas das
outras e que o amor vem de dentro e não de fora. Mas lembro que, à essa
idade, esses sentimentos já despontavam e afligiam. Julgo que os
alcançaria sozinha.<br />
<br />
A bem da verdade, haveria pouco que eu pudesse
lhe ensinar. Talvez a ouvir mais sua própria mente e a confiar mais em
seus instintos. O resto, você aprenderia, quiçá, melhor e mais rápido do
que eu. Não me arrependeria de dedicar a você algumas horas todos os
dias, mas você, inquieta se bem me lembro, não teria paciência para as
minhas sobriedades. Não seríamos boas amiga, você e eu. Seríamos, no
melhor dos casos, colegas de trabalho que estão unidas pela mesma causa,
mas que seguem por caminhos distintos. Nossos objetivos são outros, e,
vale ressaltar, você ainda os chama de sonhos. Mas bem que gostaria de poder
olhar nos seus olhos e sentir de novo aquela chama que um dia me
consumiu e que, a você, esperamos, consuma até o fim dos dias. E, num
rompante de curiosidade, na crença de que olhar para trás me ensinaria
sobre o presente, me permitiria perguntar: “O que te arde?”, para,
desanimada e desesperançosa, sabendo-me preguiçosa para esse tipo de empreitada, ouvir sua voz, forte, dizer “Tudo!”.Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-38724464073646236532017-01-16T16:06:00.003-08:002017-01-16T16:06:48.119-08:00FamintaDigo-lhe, amigo, nada naquela mulher anunciava seus desencantos. E
questiono-me se é essa a correta palavra, visto que estou aqui, partida,
mas é ainda por ela que tenho amores. Olho-me no espelho e não me
reconheço: no peito falta um pedaço. Mas na mesma intensidade em que dói
a alma, regozija-se o sorriso por ter me deixado perder no prazer que é
aquela mulher. Por isso, não me forço a dizer que me arrependo. Antes,
sinto-me insana e grata.<br />
<br />Deixei-me enroscar em suas mentiras tanto
quanto em seus cabelos, deixei-me levar por sua voz, sensual, a cada vez
que seus dedos me tomavam. Fechei os olhos e entreguei-me como caça,
sem me importar que ela fosse predadora. Agora, não lhe posso ser
injusta. Ela tomou de mim tudo aquilo que lhe entreguei. Tomou por
direito, tomou o que era dela, e deixou-me aqui quebrada e saciada.
Seriam fraturas o mesmo que prazer? Saciar-se é entregar-se assim, por inteiro
e voltar pela metade?<br />
<br />
Loba! Tigresa!<br /><br />
Enganou-me tanto quanto eu
permiti. Como poderia querer que não o tivesse? Fui tola, idiota até, em
achar que ela valorizaria o que recebeu sem perdas. Porque creio,
amigo, que no amor todos têm de perder um pouco, do contrário, é apenas
mais um jogo de poder. É política ou xadrez. Mas ninguém conhece todas
as cartas da mesa, não é mesmo? E eu caí no perfeito blefe, entregando sem nada receber em troca.<br />
<br />Sim, eu
rio. Faço piada com a minha própria desventura antes o possam os outros
fazer. Nos dias que seguem, estarei derrotada, destruída. Quero o
consolo de poder ao menos sorrir de meu próprio engano.<br />
<br />Amor! Como
pude acreditar? Brilhavam-me os olhos enquanto ela pisoteava meu peito
com elegância, devorava-me o coração em pequenas garfadas. Em ardentes
noites infindáveis, fechei os olhos enquanto ela os manteve abertos. Ela
me conhecia, amigo. Quiçá, muito mais do que conheço a mim mesma. Ela
conheceu minhas fraquezas e me levou à falência completa da razão. Ela
me teve. Me domou. Dominou. E quase me extinguiu.<br />
<br />Agora? O que me
resta é morrer de amor, buscar resiliência em alguma esquina pouco frequentada,
reconstruir o restante deste corpo fraco, desta mente perdida. Mas vou sim
com um sorriso no rosto, amigo. Afinal, ainda ficará a cicatriz
para lembrar que com ela, um dia, eu estive.Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-16873868730744891852012-01-01T17:28:00.000-08:002012-01-01T17:28:03.436-08:00Ano novo, novas resoluçõesÉ engraçado como nos envolvemos por alguns rituais e não por outros. Como parecemos tão solícitos em desejar felicidades, saúde, amor pra pessoas desconhecidas e às vezes negamos um sorriso àquela pessoa maravilhosa cujo único problema é ter cometido um erro. E mais engraçado ainda é como é fácil fazer resoluções de ano novo, prometer entrar pra academia, se dedicar aos estudos ou ao trabalho e a manter um relacionamento firme, quando não estamos de fato preocupados com nossas atitudes perante a todas as dificuldades, sempre procurando atalhos e caminhos menos dolorosos e mais rápidos e práticos. Não é que eu seja completamente cética em relação a tudo isso, mas não me sinto eu mesma sorrindo e abraçando todo mundo porque é 01/01/2012. Eu desejo coisas boas às pessoas silenciosamente porque não preciso que elas saibam que eu desejei e acredito que a minha presença sincera vale mais do que qualquer coisa que eu possa dizer e, ainda assim, não acho que elas sintam falta de uma palavra amiga.<br />
Portanto não, eu não vou verbalizar meus desejos a todos os meus amigos e familiares porque sei que se eles pararem um segundinho pra pensar em mim, saberão o que sua existência significa nessa minha vida tão conturbada quanto a de qualquer um.Glendahttp://www.blogger.com/profile/11255334064377455639noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-18570014076684857232011-03-23T17:06:00.001-07:002011-03-23T17:07:44.956-07:0014/03/11 noite<blockquote>é com pesar que aqui escrevo<br />
pesar de uma voz que há muito cala<br />
silêncio! há que se fazer segredo<br />
desse fogo que por dentro se espalha.<br />
<br />
falo do que só conheço por sentir<br />
um sentir tão forte que maltrata<br />
mas falar por falar, omitir<br />
nada disso mais me arrebata.<br />
<br />
um cantar esquecido pelo tempo<br />
pelos cantos de um escuro de razão<br />
de um estado mantido já sem contento<br />
<br />
e minha alma hoje grita, perde o chão<br />
preciso de calor, de som e movimento<br />
por esse amor que assola o coração.<br />
<br />
***<br />
<br />
quero que essas letras sejam vistas<br />
e apreciadas por quem nada vai dizer<br />
busco a rima e a forma ariscas<br />
para ouvir que bem fiz o bom fazer.<br />
<br />
quero uma vez mais correr a pena<br />
pelo branco do papel a me escrever<br />
em versos, frases tortas ou poemas<br />
e o sangue ardente a escorrer<br />
<br />
pelos olhos sobre a pele<br />
pelo peito, quente e lento<br />
bem de leve<br />
<br />
e a mão, sem alento<br />
sobre a neve<br />
corre solta deflorando o sentimento.<br />
<br />
***<br />
<br />
esta noite falo de ardor<br />
um tão leve que não reconhecerão<br />
um que nada tem de fervor<br />
um que vem do toque da mão<br />
<br />
tão sutil e ainda tão ardente.<br />
conto o que para mim não tem sabor<br />
o que em mim até hoje foi latente<br />
tanto que aos poucos dou a cor.<br />
<br />
falo e engraçado pouco sei<br />
disso que já não posso calar<br />
pensando ser isto o que sonhei.<br />
<br />
e numa noite fria a vagar<br />
hei de ver o fantasma que criei<br />
de uma brasa que o calor vai apagar.<br />
<br />
***<br />
<br />
se o meu canto tiver um dia valor<br />
a qualquer um a quem sentido possa fazer<br />
que não se busque em meu corpo essa dor<br />
que há muito será pó este viver:<br />
<br />
esta que vos fala nunca houve<br />
em qualquer dimensão, qualquer verdade.<br />
se querem uma palavra que conforte<br />
essas acepções de realidade<br />
<br />
esqueçam. simplesmente.<br />
que me recuso a justificar minha voz<br />
me nego a dar a face ao sol nascente.<br />
<br />
assertiva em ciência se faz<br />
não em palavra, palavra que desmente<br />
a verdade que ao vento se esvai.<br />
<br />
***<br />
<br />
pois que joguem fora, arremessem<br />
aos porcos, não dou conta<br />
faço versos ponto. não dissertem<br />
sobre o que qual nó cego não tem ponta.<br />
<br />
não, deixem ir, descontentes<br />
que não fazem eles mesmos suas rimas<br />
querem sentido e razão, inocentes<br />
não sabem que são as palavras feito guimbas:<br />
<br />
bem ou mal o que fica é o sentimento<br />
prazer ou dor cause a efêmera combustão<br />
que importa fazer tanto acabamento?<br />
<br />
essa mancha que se leva no pulmão<br />
não se vê nem se cura, sofrimento<br />
de palavras que se encontra pelo chão</blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-55118219927622199642011-01-10T20:25:00.000-08:002011-01-10T20:25:07.664-08:00Dez do um de dois mil e dezQuando você conta uma mentira, fica repassando a história na cabeça constantemente, tentando encontrar uma falha e pensando em maneiras de consertar da próxima vez que tiver chance. Você precisa lembrar de cada detalhe, para não cair na própria armadilha. Mas também precisa saber que não pode haver muitos detalhes, senão a história fica perfeita demais e perceptivelmente irreal. E você não pode correr o risco de ser descoberto nem, em grande parte das vezes, magoar alguém.<br />
Chega um momento em que você não sabe mais por que contou, nem por que manteve tudo aquilo. Mas dizer a verdade significaria perder tudo. É nessa hora que você começa a desejar que sua história tivesse de fato acontecido e é a partir de então que você passa a trabalhar pra fazer com que ela seja verdadeira dali em diante. Não é mais fácil do que admitir ser mentira, não.<br />
Tem uma história que eu queria que fosse mentira. Por isso, repasso todos os detalhes de que me recordo a procura de uma falha, algo que eu possa usar como argumento que me ajude a trazer tudo a baixo. Mas é tão verdadeira que sei que nem minha imaginação poderia criá-la.<br />
Essa verdade me dói, embora eu não tenha contado mentiras sobre ela. Mas admití-la significa uma derrota sem tamanho.<br />
É estranho porque essa palavra sempre me faz pensar que quando se perde uma corrida, sempre pode se vencer a outra. Mas a derrota continua lá. Talvez não existam derrotas mensuráveis ou maiores que outras. Existem apenas as que não são com a gente.<br />
Não estou na fase de pensar positivo ainda. Espero que ela chegue logo, embora também espero que não, como forma de punição. Não sei o quanto podemos nos punir por algo na vida. Mas acho que a punição só existe quando ainda existe a vontade de mudar as coisas. Talvez isso seja superar: saber que algumas coisas não podem ser mudadas, por mais que se queira e se tenha a boa vontade de esperar.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-75927953273512262432010-12-21T17:24:00.001-08:002010-12-21T17:24:38.046-08:00Treze do cinco de dois mil e dezUm copo, e mais outro. Tudo descia rápido, tanto quanto as palavras saiam facilmente. Aquelas pessoas nunca pareceram tão familiares, todas com dramas similares, com reclamações e medos parecidos, mas antes do próximo gole, parava a olhava atentamente pra cada um e tentava lembrar-se onde o vira pela última vez.<br />
Que coisa. Que conversa agradável! Que clima divertido! Talvez fosse tudo resultado da segunda garrafa de vodka de já estava pela metade, embora não quisesse acreditar. Era bom pensar que se identificava com todas aquelas pessoas, que suas dores e seus questionamentos não eram só seus e que, embora parecesse sozinha, não estava. Havia mais como ela. Alguns piores, que se maquiavam demais, ou pintavam o cabelo de cores incomuns, ou mesmo faziam cortes estranhos. Tinha gente que gostava de se vestir feito punk, embora esse fosse um movimento – e um conceito – de algumas décadas atrás. Tinha quem comesse coisas vivas e quem vivesse em seu próprio lixo. E ela, tão normal, com suas blusinhas da moda, os jeans surrados, os tênis da propaganda na TV, tão excluída do mundo do qual queria fazer parte.<br />
Perdeu a conta de quantas noites passara ali, no chão da praça, com aquelas pessoas estranhas, a maldizer uma sociedade que ninguém sabia ao certo o que era. E cada um dizia como, em seus sonhos, tudo deveria ser. Nessas noites em que todos os problemas da humanidade eram resolvidos depois de uns goles que qualquer bebida quente misturada a refrigerante, não sabia quantas promessas tinha feito para a vida, quantos planos que havia cuspido no vaso no dia seguinte pela manhã, quantos novos amigos havia feito, porque os antigos, da noite passada, aceitaram Jesus no coração, ou quem sabe ainda estão com uma agulha de glicose – ou de sabe-se lá o que – presa no braço. Mais importante, perdeu a conta de quantas noites e dias e tarde quis simplesmente fugir, e fugiu pra tão perto de casa, se afogando em um copo atrás de outro, garrafa atrás de garrafa em um oceano de mágoa que não sabia resolver.<br />
Problemas. Na vida, tudo são problemas, menos quando eles vem na medida exata de 250ml. Um litro só quando a coisa está feia, quando nem a companhia daquelas pessoas estranhas pode ajudar, quando falar mal da faculdade, da família, da política não ajuda.<br />
Lá estava, tão normal, com um copo vazio na mão, porque aprendera a não soltar o copo se não quisesse ser servida por aquelas pessoas estranhas, olhando aqueles sorrisos amarelos de cigarro manifestarem-se em gaitadas entre palavrões e maldizeres e tudo o que queria era estar em um lugar onde as pessoas soubessem seu nome, onde soubessem que preferia só refrigerante a vodka com limão, que tudo aquilo não passava de uma extravagância a que se permitia por não entender direito o que significava se permitir. Um lugar onde ela soubesse o nome de todos e soubesse que um deles não desapareceria no dia seguinte. Um lugar do qual nenhuma das pessoas pudesse desaparecer porque fariam uma falta tremenda. Um lugar que pudesse chamar de casa.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-3696673290361849982010-10-04T12:13:00.001-07:002010-10-04T12:13:03.560-07:00IrrealFujo de mim, ou me busco. Nesse momento, nem sou eu quem escrevo. É uma outra que me habita. Mas, e talvez porque me habita, é efêmera como eu jamais seria. Não a sei. Afinal, é ela quem escreve, ela que me sabe. Eu que sei da outra que vive em mim nos momentos em que não estou.<br />
<br />
<br />
Vai saber. Sei que corro, parada, dos pensamentos confusos que me cercam. Ontem me disseram que os pássaros que vejo, não os vejo, ou os sinto picar minha mão a procura do milho, que não estão lá, ou eu mesma não estou lá. É tudo muito confuso que o céu, ao meio dia, se abra em um verde mar indizível e ninguém perceba a não ser eu que, de tão atônita, não consiga falar nada para ninguém, apenas assustar-me, e continuar minha caminhada pelas ruas que se desfazem como areia movediça, vendo os pássaros que levantam voo como que não estando.<br />
<br />
<br />
Pergunto-me se eu estou. Mas é melhor prestar atenção no ônibus que passa, que mesmo sendo mole como borracha, ainda pode me matar.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-89923963747349307092010-06-05T20:16:00.000-07:002010-06-05T20:24:47.342-07:00À EsperaCom o tempo, nós aprendemos a estar sempre à espera. Seja de um amor, de um amigo, de uma oportunidade de realizar aquele sonho, da grana pra fazer aquela viagem. À espera de tudo o que não podemos resolver sozinhos. Da solução para aquele problema que não temos mais cabeça para resolver, de que aquele olhar pare em fim fixo no seu, de uma resposta ou da pergunta que lhe fará dar a resposta certa.<br />Esperar cansa. E é porque nunca gostei muito de ditados populares.<br />Mas, ao mesmo tempo, fazer é tão difícil. Demanda tanto tempo e energia. Tanta criatividade que pode ser utilizada para outra coisa mais produtiva que ainda não sei qual é. Fazer cansa mais. Principalmente quando é para os outros usarem e gastarem e jogarem fora. Fazer é muito difícil.<br />Por isso, vou esperar, aqui, a frente ao computador, por aquele e-mail que vai fazer toda a diferença, com as palavras certas da pessoa certa. Esperar que a noite chegue e que o dia nasça, que passem mais cinco minutos, que a cafeteira ferva o café, que o padeiro traga o pão, que o trânsito saia da imobilidade, que as pessoas entendam que eu não posso resolver todos os seus problemas. Vou esperar que aquela cerveja bem gelada leve tudo embora, toda a insatisfação de, ao final do dia, não ter atingido meus objetivos. Depois, que o efeito passe e que o sono venha para que eu possa, enfim, ser completa em um outro mundo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-7438636200768490872010-01-18T18:53:00.000-08:002010-01-18T18:55:10.289-08:00Máxima<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana; ">Amor é apenas a desculpa conveniente que justifica passar tanto tempo com aquela pessoa inacreditavel e irracionalmente maravilhosa.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-31138298439566671272010-01-15T19:49:00.001-08:002010-01-15T19:49:50.724-08:00Fortaleza, 14/06/08<div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Sábado à noite </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Havia nuvens no céu, tantas que mal se podia ver a lua. O vento soprava forte como se a qualquer momento a chuva fosse tocar o chão impiedosamente. Ainda assim, não era como se a noite estivesse fria. Estavam sentadas na escadaria, apoiadas com folga nos degraus, rindo, e o riso aquecia seus corações. Porque em noites como aquela, que você simplesmente não tem mais nada pra fazer, tudo que realmente importa é ir a um lugar agradável onde a brisa faça carícias em seus cabelos e você possa olhar para pessoas que fazem seu coração sorrir.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Falavam sobre a vida, porque a vida era tudo que conheciam. Falavam de coisas e de pessoas, e de medos e comportamentos, e a noite corria, como um longo filete de vida sobre a infertilidade daquela terra de pessoas mentalmente estéreis e corações vazios. Porque seus pensamentos e suas idéias era tudo que tinham para mudar o mundo. O seu mundo. O mundo inteiro era muito grande, mas o seu mundo era do tamanho exato de seus corações, e seus pensamentos podiam mudá-lo e redefini-lo conforme ficavam mais firmes e fortes.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Era verdade, ainda não tinham firmeza suficiente. Isso porque ainda era só o começo. O começo de uma longa jornada de construção. Uma jornada na qual não estavam sozinhas, um jornada na qual tinham umas às outras e coragem para acompanharem-se até onde fosse possível ou preciso.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Mas a cada noite como aquela, seus passos se tornavam mais decididos, sua vontade ganhava mais audácia, e seu caráter e personalidades, cada uma a seu modo, e com um pouco do modo umas das outras, ganhavam uma forma mais precisa e audaz. Isso porque noites como aquela eram capazes de unir o tudo e o nada dentro de cada uma, e tornar a sensação universal.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">A solidão finalmente se tornava um pouco mais distante. Não havia ausência naquele instante, na falta de alguém para abraçar num sábado a noite, mesmo que talvez a dor fosse transparecer mais tarde, quando finalmente se encontrassem perdidas em seus próprios pensamentos. Mas num mundo como aquele, numa vida e numa época fugaz como aquela, o que valia realmente era cada momento em si, independente de como e qual fosse. E naquele momento, o mundo delas era apenas elas mesmas, e suas famílias, e suas histórias, e seus passados e futuros, e seus planos e desejos, ou até mesmo sua solidão.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Eram diferentes em quase tudo, na maioria das coisas que edificam um ser. Suas opções, suas decisões, suas reações, seus jeitos de pensar. Eram ângulos diferentes da mesma realidade, da mesma cidade, da mesma batalha diária. E talvez por isso se resolvessem tão bem. Talvez por isso se sentissem tão bem em suas conversas, e em suas aventuras pelas ruas da cidade, e coisas desse tipo. E talvez por isso seu sábado a noite solitário tenha se tornado tão mais feliz...</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">A noite correu, entre risos e histórias e planos. De repente, o peso a se carregar parecia mais leve. E quando os telefones tocaram, e por eles veio a ordem de voltar pra casa, não havia mais tanta angústia ou carência, mas sim a lembrança de uma noite tranqüila e feliz pra lembrar na manhã seguinte.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Assim, nesse ritmo, os dias iam passando e passando, e antes que percebessem, o semestre beirava o final...</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-33469884591785690022010-01-11T07:34:00.000-08:002010-01-11T07:35:17.827-08:0018/08/08 01:05<p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">De repente, o silêncio ganhava forma e se encontrava nas palavras. As palavras que lhe foram inimigas por tempos. De repente, assim mesmo, sem aviso, sentiu de fato o tempo parar, o mundo não mais rodar, a cabeça não ponderar ou questionar ou pensar ou esperar e sim silenciar. A boca não se movia. Só as mãos frenéticas como não há tempos criavam desenhos, antes esquecidos, num fundo branco de solidão. Porque, de repente, sentiu mesmo tudo junto. E foi como se nada sentisse. Como pudesse olhar, de outro canto, enquanto alguém vivia ela. E pode ver, tão bem como se realmente sentisse, que rasgava-se-lhe a pele.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">E esperou que o sangue saísse jorrado pela força da pressão de tanto tempo ali, guardado. Esperou que explodisse a vida esparramada que não sabe ser se não confinada. Esperou que lhe doessem os nervos, que lhe queimasse por dentro tudo aquilo que entrava, saindo. Mas não doeu. Não jorrou. Não queimou. Nem sequer ardeu. Assistiu-se espirrar tímida, depois escorrer pouca, por fim pingar escassa até a última gota, mas não sentiu. E no fim pensou que a quase-nenhuma-pressão talvez não fosse da vida que pensava que tinha que, por não sentir, chegava a de fato acreditar não ter. E como não descobria, achou que não devesse pensar. E como não tinha escolha, resolveu deixar pra lá.</span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-39426112114388763642010-01-08T14:06:00.000-08:002010-01-08T14:07:33.230-08:00Fortaleza, 14 de outubro de 2008.<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Talvez tão sutil que não se pudesse tornar palpável porque sua natureza era assim, demais para o plano real. E tão feliz e tão triste isso a deixava porque, se se elevava por um sorriso, era também ele que tratava de trazê-la de volta no mesmo pé, poucos segundos depois. Mas não lhe cansava esse leva e traz. E podia passa horas naquele afago sem desejar nada mais, satisfeita, sabendo que presa ao seu pé uma âncora de bom senso nunca a permitiria ir além.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Talvez tivesse sido a rendição daquele olhar resguardado, que nunca se dava a grandes exageros. Comedido que era, disfarçado talvez a tivesse assim conquistado. Olhos que lhe invadiram, se entregaram, lhe abrigaram e nos quais encontrou a declaração que procurava. Vai saber! Não esperava nada mais. Feliz por tudo o que tinha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Sorriso, olhar... Talvez o perfume. Isso! Aquele meio-amargo (assim mesmo, sinestésico) e amarelo, e, algumas vezes, mesclado ao grosseiro do suor. Mar tão característico e íntimo penetrava-lhe até que fosse toda odor, envolvida e tomada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Talvez fosse algo mais concreto do que esse cheiro de vida. Fosse um todo confiado aos poucos, uma rendição contida de tropas tão hostis, ou ainda o perceber que, no final, era mais que espinhos e que, por isso mesmo, não se encerrava. Não acabaria assim como o sorriso passa, o olhar se perde, o perfume se dissipa. Não findaria com o fechar da cortina do tempo. Talvez fosse essa possibilidade mais do que de ter, de guardar perto dos sentidos, de não poder e ainda assim, sentir.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4566127173463002353.post-71977534127084444692010-01-07T18:01:00.000-08:002010-01-08T13:48:12.322-08:00Fortaleza, 20 de julho de 2009.<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CUsuario%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CUsuario%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CUsuario%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> 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no carro de volta para casa. Abria o vidro, deixando o vento brincar entre meus cabelos e a música soa mais baixo no carro pequeno. Você subia o vidro de volta, era perigoso andar com o vidro baixo àquela hora da noite, e me trazia de volta para o lugar de onde eu queria fugir. Sei lá por que queria fugir! Talvez porque realmente não estivesse bem com as pessoas ali presentes, talvez porque apenas quisesse um pouco de silêncio o qual poderia ser encontrado num horizonte além das torres comerciais da Aldeota. Realmente não sei onde queria estar naquele momento, sei que não era ali.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Você estava lá. Maquiada, de roupa e sapado novo, mais linda do que o usual. Porque é verdade que as pessoas ficam mais bonitas quando se arrumam. Quando você se arruma daquele jeito, chama atenção para a sua beleza que é natural como você, por educação ou não, disse ser a minha. Não duvido que realmente pense assim, mas as coisas soaram estranhas quando foram ditas depois de eu notar que eu usava uma calça já meio surrada e uma sandália de dedo, delineador e a blusinha nova, enquanto você desfilava ao meu lado de sapato de salto, uma blusa da moda e a maquiagem simples que realçava seus olhos. Você estava mesmo mais linda. Não havia como não sentir a diferença que havia entre o toc-toc que você provocava e o chic-chic que fazia minha sandália de borracha e agora confesso que eu quem deveria procurar estar a altura da sua produção, e não o contrário, como você disse no carro.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Eu amo você. Muito. Amo de uma maneira que se me tivessem perguntado há alguns meses, eu provavelmente teria rido e negado, dizendo não ser possível. E eu me sinto bem ao seu lado, mesmo quando eu pareço uma menininha, e você, uma mulher. Mas não posso negar que esse foi o primeiro problema da noite. Fora, claro, o fato de eu não conhecer a aniversariante, mas não fez tanta diferença assim, já que estávamos em um restaurante e a menina praticamente não deu conta de mim.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Engraçado, senti uma ponta de inveja porque não seria notada como você, mas quis sumir quando chegamos à festa. Vai entender as mulheres! Sei, entretanto, que você me entende.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Quanto aos seus amigos, já não faz diferença. São seus amigos e não me imporei a isso. Não espere que eu saia muitas vezes com vocês, entretanto. Uma vez por mês é tolerável, mais que isso exigiria uma boa vontade com a qual não fui abençoada. Enforco-me para respeitar você e sua vida ao máximo e a isso se acrescenta não criar desavenças com seus amigos e com sua família.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Essas palavras, se chegassem aos seus ouvidos, imagino, seriam deixadas de lado. Mas não correrei o risco de não serem e causar problemas, ou de serem e me causar desconforto. Esta é apenas uma, talvez a primeira, talvez a única carta de mim para você que você nunca receberá. E se um dia você vier a saber o que digo aqui, será olhando-me diretamente nos olhos, ou seja, provavelmente nunca.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Abraços fortes e os pensamentos mais doces e carinhosos a você, meu doce amor.</span></p> Unknownnoreply@blogger.com0