5 de jun. de 2010

À Espera

Com o tempo, nós aprendemos a estar sempre à espera. Seja de um amor, de um amigo, de uma oportunidade de realizar aquele sonho, da grana pra fazer aquela viagem. À espera de tudo o que não podemos resolver sozinhos. Da solução para aquele problema que não temos mais cabeça para resolver, de que aquele olhar pare em fim fixo no seu, de uma resposta ou da pergunta que lhe fará dar a resposta certa.
Esperar cansa. E é porque nunca gostei muito de ditados populares.
Mas, ao mesmo tempo, fazer é tão difícil. Demanda tanto tempo e energia. Tanta criatividade que pode ser utilizada para outra coisa mais produtiva que ainda não sei qual é. Fazer cansa mais. Principalmente quando é para os outros usarem e gastarem e jogarem fora. Fazer é muito difícil.
Por isso, vou esperar, aqui, a frente ao computador, por aquele e-mail que vai fazer toda a diferença, com as palavras certas da pessoa certa. Esperar que a noite chegue e que o dia nasça, que passem mais cinco minutos, que a cafeteira ferva o café, que o padeiro traga o pão, que o trânsito saia da imobilidade, que as pessoas entendam que eu não posso resolver todos os seus problemas. Vou esperar que aquela cerveja bem gelada leve tudo embora, toda a insatisfação de, ao final do dia, não ter atingido meus objetivos. Depois, que o efeito passe e que o sono venha para que eu possa, enfim, ser completa em um outro mundo.

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